Gabrielle tinha quatro irmãos, sendo dois meninos e duas meninas. Seu pai, Albert Chanel, era caixeiro-viajante e sua mãe, Jeanne Devolle, doméstica. Após a morte precoce da mãe por tuberculose e por conta da profissão de seu pai, Chanel e as irmãs foram para um colégio interno, enquanto seus irmãos foram trabalhar.
Ao completar vinte anos, Gabrielle saiu do colégio e foi a procura de trabalho. Tentou emprego no comércio e também como bailarina, atriz e cantora. Nesta época, Gabrielle ganhou o apelido pelo qual seria lembrada para sempre: Coco. Apelido que lhe foi dado por gostar de cantar “Qui qu’a vu Coco dans l’Trocadéro ?” (Quem viu Coco no Trocadero?), trecho de uma conhecida música em sua época.
Aos vinte e cinco anos, Coco conheceu um rico comerciante de tecidos, Etienne Balsan, com quem passou a viver. Seu romance não era bem visto pela sociedade, mais tarde Etienne deixou Chanel.
Em Paris, por volta de 1910, Coco conheceu Boy Capel que se tornaria o grande amor de sua vida. Boyle ajudou-a a abrir sua primeira loja de chapéus, a Chanel, que se tornou um sucesso e apareceu nas revistas de moda mais famosas da cidade. Foi através de seu relacionamento com Boy que Coco passou a frequentar p meio sofisticado da capita francesa.
Algum tempo depois, Boyle deixou Coco para se casar com uma inglesa e alguns meses mais tarde morreu em um acidente de carro. Nesta época, Chanel criou o vestido preto (ou o pretinho básico, como ela gostava de chamar) de corte reto, que foi símbolo de seu luto que perdurou por muito tempo.
Na década de 20, Chanel já era uma designer influente. Começou a desenhar roupas confortáveis com tecidos mais baratos; Suas peças eram inspiradas no guarda-roupa masculino e saias mais curtas, em contraste com a silhueta feminina rígida da época. No ano de 1922, Coco criou o que seria o mais famoso perfume do mundo, o Chanel n° 5, que alavancou seus negócios e se tornou legendário.
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os négocios de moda estavam em baixa, Chanel chegou a trabalhar como enfermeira. Nesta época envolveu-se com um oficial nazista, o que lhe custou o exílio. Em 1954 voltou a Paris e retomou seus negócios na alta costura.
Em 1971, Coco ainda desenhava para sua nova coleção, quando faleceu no Hotel Ritz Palris. Seu funeral foi assistido por centenas de pessoas, que levaram várias pessas de sua roupas em homenagem a estilista.
A marca Chanel prosperou e estampou inúmeras capas de revistas de moda. As criações de Coco ditaram tendência, são clássicas e atuais até hoje e servem referência para os novos estilitas. A Chanel se tornou uma das maiores e mais lucrativas marcas, além de ser adora e respeita nos quatro cantos do mundo.
Influêcias
Quando foi deixada num orfanato do mosteiro de Aubazine, religiosas lhe ensinaram a arte da costura. E é de lá que vieram as primeiras influências: dos uniformes, sóbrio, pretos, e muito bem alinhados. Depois, para se diferenciar das prostitutas do cabaré onde cantava, preferia os vestidos simples, comedidos. Criou chapéus sem plumas, vestidos sem paetês. Mas a graciosidade e elegância apareciam mesmo por debaixo de panos simples. “O que torna uma roupa sublime é ganhar vida quando é vestida. O que Chanel deu às roupas femininas foi movimento. Ela ofereceu liberdade às mulheres”, diz Anne.
O desfile final, que Coco observa sentada numa escadaria, contou com peças originais, todos emprestados pelo Conservatório Chanel. Ali, ela vê a vida passar novamente pelos olhos. E saboreia, comedida, seu triunfo. Um mito, ainda que melancólico.
Por Sabrina Passos (MBPress)
Biografia
Em 2009 a vida de Coco Chanel foi retratada num filme que, para muitos críticos, passa longe do que foi a realidade da estilista. No entanto o filme, apesar de pular algumas partes da criação da marca Chanel, é o resumo de uma vida conturbada de uma mulher de extremo talento, que conseguiu deixar como herança muito mais que apenas roupas sofisticadas.